terça-feira, 26 de abril de 2011

Silêncio, melhor mesmo é calar-se

Ninguém deveria dizer nada
calar-se é melhor

já me disseram que invejam meu silêncio
...
pois falo

o peso que há nos corações
o olhar vago de quem está
debruçado em sua torre de ausência

Há um desejo cego de razão
mas é impossível

não sei
não sei nada não

silêncio!


Sshh! Meu sonho quer dormir!

niguém deveria dizer nada
melhor mesmo é calar-se



Cláudio Mattos

terça-feira, 5 de abril de 2011

Escrita como a minha, sem muito compromisso, toma forma, se conclui como não se imaginava que pudesse!

Nunca acho que vai dar em nada

Em algum lugar chego
como? bem aí já em pedir demais


Cláudio Mattos
Eu queria saber
queria fazer versos como quem morre

fortes, avassaladores
sangrentos até

meus versos não são

sou poeta não-poeta

sou poeta vagabundo
que nem seus versos revisa, revê

apenas escreve
escreve o que de sorte há em sua mente

e acaba saindo algo
algo que não sei se é forte
não sei se avalassa

tem sangue
disso sei


queria escrever como quem morre
queria morrer escrevendo

talvez escrever a morte

talvez escrever simplesmente




Cláudio Mattos

Tristes pedras

Cantorias se espalham em corredores
barulhos dispersos
sons dispersos
gente dispersa

Não se percebe o essencial

pedras se suicidando,
se atirando de prédios
sem razão aparente

pedras suicidas

tristes pedras

não tem com quem conversar

tristes pedras
agora lhes resta descansar





Cláudio Mattos

terça-feira, 29 de março de 2011

Mais uma vez...

passo a frente, corredor estreito
alguns me seguem e com medo continuam
assim como eu fazem silêncio

abri-se uma porta e ainda silenciosamente
é possível ver
longe
longe
longe

lá longe uma fresta de luz
ilumina um palco mal iluminado

sem artistas
sem sons
sem cor

escuridão
correria
sobrevivênica

mais becos e corredores estreitos
há saída?

aqui não acho que tenha saída
dessas quatro paredes
não se sai
não



Cláudio Mattos

terça-feira, 22 de março de 2011

...

risco, corte, ponto forte
cisco, corre, ponto norte

traço, rastro, pede força
passo, laço, pede chance

cai, levante, anda
cai

sai correndo
não dá mais

rima solta sem poesia
brilho pobre
fantasia

tudo ia, tudo ia

mundo, mundo, vasto mundo

roubo versos
furto vidas
mato ricos
fico pobre

rima merda
rima morta
pedra, pedra
chão se corta

corte

forte

sorte




Cláudio Mattos

terça-feira, 15 de março de 2011

...

O quarto tá ficando pequeno
minha coisas quase que me esmagam

tento por o pé no chão não há mais espaço
livros, papéis, ideias

bichos...

uma escuridão triste com as cortinas fechadas
um silêncio de quem ainda não acordou

bichos...

passo por cima de coisas
driblo irritações, e em silêncio chego

a porta me espera
a porta, que porta

tão feia

passei, saí

saí de casa, saí de mim


sujo, sem fome, sem sono

encontro brisas primarevis, olhares tristonhos
caminhadas calmas
ainda

e...

bichos




Cláudio Mattos

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Prisão?

Minha mente ultimamente anda pensando em imagens
talvez sons também
os sons ajudam a criar as imagens

Sinto que tenho filmes,curtas e longas
roteiros todos prontos em minha mente

mas o tempo me tira o tempo de ter tempo

acabo sentindo os personagens, as cenas
mas tudo fica em mim

parado não

preso

porém numa dinâmica vivaz

poesias presas
filmes presos
histórias presas

a escrita liberta

me sinto livre
pelos menos por hora




Cláudio Mattos

Confuuuso

o mundo anda me confundindo
eu ando andando confuso
e o cansaço de estar confuso confunde ainda mais

num sei se vai ficando pior
mais sério

não sei se é loucura que se aproxima
sei que saio andando e me queixando da vida
me queixando nas pessoas
elas reclamam
mas, va lá, quem vai ficar reclamando de um louco
opa, desculpe, confuso...

sei lá
quem?

eu?

que confusão!


Cláudio Mattos

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Nem sei mais...

hoje é dia

dia de num sei o que mas hoje é dia

o som da melodia vive bem presente
durante todo o curso do dia

me peguei cantarolando enquanto lavava a louça

que dia é hoje?

último dia, último dia da semana!
é triste pra você isso?

pra mim é!

"o tempo não tem fim, ele é o fim"

the show must go on mas com essa história de que o tempo não pára
as sextas vem chegando
e sumindo numa velocidade de dar medo

eu tenho medo
eu tenho medos

e não sei

eu sinto um vazio nas sextas!

parece q alguém morre!
o dia?
minha alegria?


acho que estou começando a me cansar de minha perguntas!



será?


Cláudio Mattos

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

E o quê mais?

o tempo vai passando
e a respiração vai parando

o choro escorre com mais facilidade
a sensibilidade fica a flor da pele

o caminhar passa de ato mecânico
para momento poético e psicoterápico
onde se pensa, se chora
se sente que a vida tá indo

escorrendo
embora
que nem suas próprias lágrimas

todo o seu semblante fica meio estático

dias de sexta
talvez mais tristes
talvez

solidão numa multidão
de pensamentos e sentimentos

perdido?

acho que não

as lágrimas o acham

O coração ainda pulsa
por quanto mais?
vai saber

continua-se a caminhar e a chorar!

a viver



Cláudio Mattos