domingo, 27 de junho de 2010

MÚSICA DO DIA - GERALDO MAIA

NOTA DO EDITOR: AQUI IREMOS PODER DESFRUTAR UM POUCO DA GRANDEZA E DA BELEZA DO TRABALHO DE GERALDO MAIA. NESTA GRAVAÇÃO GERALDO SE APRESENTA NA CASA DE SEU JORGE, BISTRÔ DA MÚSICA, LUGAR FABULOSO QUE FAÇO QUESTÃO DE DIVULGAR AQUI. ENTREM NO BLOG DELES E DEEM UMA OLHADA NA PROGRAMÇÃO. VALE A PENA, AFINAL O LEMA DELES LÁ É: "MÚSICA COMO PRATO PRINCIPAL." - http://casadeseujorge.blogspot.com/

Os ares da rosa no sertão...ou não...

Cores e flores
traços e riscos
tons em cinza se iluminam com as palavras
que ficam emolduradas num passado, no nosso passado...

Nosso ar vai embora
acabamos por nos sufocar em nossa tristeza

os olhares distantes...

quadrados, quadros e escadas

cadernos e anotações se perdem
num turbilhão de imagens e fotos

acendemos velas pos nossos mortos e vivos...

temos ainda esperança de seguir em frente
entrar noutra porta e ai...quem sabe?

quem sabe? O futuro dirá?



Cláudio Mattos

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Cantando e vivendo. Os outros? Ah, faz favor...!

O meu canto hoje se exaltou
não parava...

Os vizinhos reclamaram,com razão
Afinal ouvir as mesmas três músicas é chato
e depois de treze horas fica insuportável

É, talvez tenha exagerado um pouco
mas poxa, é férias. Bem, pelo menos por um tempo

Pro mundo não, ele continua a girar e a ter seus problemas
mas eu, pobre eu, posso ter um momento de liberdade e cantar?
Será que me concederam isso...?!

Desci, fui às ruas com o intuito de acordar
não só a mim mas aqueles que dormiam ainda andando
ainda vivos e andando

em feriados ficamos mais abestalhados...

Voltei pro meu canto
depois de tanto "cala a boca" resolvi escancarar a janela e gritar:
"e a quem nunca amou, a este ou esta não dedico essa música..."
e voltei ao meu posto de, na minha ingenuidade cantar para os outros
que acabaram por se mudar de suas casas

triste pra eles
eu canto tão bem



Cláudio Mattos

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Felicidade e eu

Dizem que talvez a felicidade exista em algo que
possa ser experimentado além da razão e dos sentidos...

mas me sinto muito feliz com meus sentidos,
principalmente o ouvir...
e minha razão? bem, dessa daí ás vezes fujo, é verdade
mas quem é que não perde o juízo?

Resposta: Eu, que nunca tive muito mesmo.

Cláudio Mattos

...

Caminhando no meio da estrada
sem ouvir nem ver se algo me atropelará
sem medo de morrer
penso o que vale a pena

pelo que vale a pena viver?

Continuo em meu passeio
derrepente sorrisos passam e iluminam
iluminam o meu próprio...

As ruas, nossos caminhos diários
nossos transportes e as pessoas que não mais veremos
nos dizem tanto e às vezes, muitas vezes nossos corações não ouvem

O riso de uma criança desconhecida
nos alegra mesmo em seu anonimato

Sorrir não...Pensar que sorri...então sorrir.



Cláudio Mattos

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Meu personagem está feliz...

Ele ri e grita
e faz e é

Todo mundo ao lado dele se agita
ele agora tem até o que não quer

Sua voz incorporou a felicidade
anda todos os dias cumprimentando o povo
parece até político que quer voto torto
anda na cidade, todo limpo e lindo

mas o bichinho, inda anda só...

Tava andando um dia esbarrou num ombro
sem querer, o outro com cara de doido
teve até um pouco de medo, mas logo se recompôs
percebeu quem era, era ele um tempo atrás


Ah quem diria, agora feliz e saltitante
se lembrara da época insensata de seus dias cinzas
quando nada interessava, nem a vista, nem a vaga no trem

Era ele sem nem um vintém, hoje rico, serelepe
sem nada de se queixar oferece um espaço em sua casa pra morar
dar vida aquele pobre, pobre estranho que não reconhece
lhe ponhe roupa e tudo
"quero vê-lo novo"...diz ele

Deu uma chance a chance



Cláudio Mattos

Meu personagem está triste...

O choro dele é silencioso e tímido
Até meio medroso
com medo sim...do que passou
do que já chorou e não curou
e ainda chora

Medo do medo que persegue ele até hoje
A alegria que sente é na verdade
alegoria de sua tristeza,
de tudo que foi perdido

Da vontade de ser e não ter sido
da esperança de ser que já se foi
da ilusão de querer que aquilo volte
que volte a um passado que já era

da vontade de sonhar a realidade
e acordar num sonho, no sonho de viver de novo
e de novo o que era o momento

mas, momentos passam, e alguns já foram
outros teimam em querer ficar

podem ter sido como foram mas não voltam
só dá pra transformar esse sentimento

Meu personagem tá triste e quer se livrar de sua tristeza
quer ser feliz o coitado

superar tudo isso e quem sabe finalmente viver deveras
e aproveitar no futuro o presente...



Cláudio Mattos