segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Escrito

Números, regras e restrições
Horários, bombas e explosões
Tudo ligado, um corpo só
Garganta presa, a força e o nó

A vida atual é estress na certa
Correria, atropelo, visando uma meta
O tiro ao alvo, chegadas partidas
Pegadas nas nuvens, cansaço, fadiga

[...]

Mergulho

Mergulhei no som e ouvi uma flor
Cheirosa, tem cheiro e também tem sabor
Sabor de lavanda, aloe vera, amor
O som, o mergulho, o cheiro da cor

Imagens crescentes que emanam do nada
Viagens dementes, poças cheias d'água
Que molham no mundo os sapatos dos pobres
Os pobres coitados, calados e sóbrios



Cláudio Mattos

Sangrar

Sangro meus olhos conscientes
Rasgo meus defuntos ainda não mortos
Mortos sem emoção talvez. Pretos, inchados. Corvos
Ligo desde os cabelos a unha essa paixão incosciente

Essa vontade de gritar o que não se ouve
De bradar à lógica: Cala a boca!
De pintar o céu amarelo e verde
Sem imaginar o que foi, e o que houve

Desfaço tudo que há em mim
Jogo ao vento, rogo ao céus
Sopro meus pensamentos
e como a poeira saio voando

Pra onde? Não sei se vou
Pra que? Talvez nunca saiba
Depois que todos enloquecerem
Espero viver de novo...no vento