Só digo dele, do último, aquilo que sinto
Me chega como uma tsunami, como uma avalanche e derruba tudo
Sinto aproximar-se, fico nervoso, tenso, sei o que está pra acontecer
Sei e sei mesmo quais são as consequências de sua chegada e o que irá acontecer quando se for
Eu sei
O que sinto é um desespero
Olho pros lados, olho pro relógio...a agonia aumenta
seu tamanho aumenta
sua fúria aumenta, junto a toda a cobrança que carrega consigo e quer
quer porque quer despejar em mim
É o fim.
Sei que depois saberei superar, entendo pelo menos que é mais confortante acreditar nisso
É...Dezembro chegou. Chegou como sempre chega.
Sem dar notícias já chegou e se abuletou em minha casa e nas casas outras por ai
Faz o que quer comigo, nem se preocupa com os sentimentos dos outros
A ressaca que será Janeiro, pobre Janeiro, não tem nada a ver com isso
Mas o que lhe resta? Lhe resta mostrar as feridas que a onda gigante deixou
Tudo fica exposto, tudo que era latente gritou, berrou, bradou, vomitou...
As feridas tem o ano todo pra se curar
Mas dura pouco
Mal se consegue descansar. Se consegue descansar mau...muito mau.
Cláudio Mattos
CARPE DIEM
domingo, 9 de dezembro de 2012
terça-feira, 26 de abril de 2011
Silêncio, melhor mesmo é calar-se
Ninguém deveria dizer nada
calar-se é melhor
já me disseram que invejam meu silêncio
...
pois falo
o peso que há nos corações
o olhar vago de quem está
debruçado em sua torre de ausência
Há um desejo cego de razão
mas é impossível
não sei
não sei nada não
silêncio!
Sshh! Meu sonho quer dormir!
niguém deveria dizer nada
melhor mesmo é calar-se
Cláudio Mattos
calar-se é melhor
já me disseram que invejam meu silêncio
...
pois falo
o peso que há nos corações
o olhar vago de quem está
debruçado em sua torre de ausência
Há um desejo cego de razão
mas é impossível
não sei
não sei nada não
silêncio!
Sshh! Meu sonho quer dormir!
niguém deveria dizer nada
melhor mesmo é calar-se
Cláudio Mattos
terça-feira, 5 de abril de 2011
Eu queria saber
queria fazer versos como quem morre
fortes, avassaladores
sangrentos até
meus versos não são
sou poeta não-poeta
sou poeta vagabundo
que nem seus versos revisa, revê
apenas escreve
escreve o que de sorte há em sua mente
e acaba saindo algo
algo que não sei se é forte
não sei se avalassa
tem sangue
disso sei
queria escrever como quem morre
queria morrer escrevendo
talvez escrever a morte
talvez escrever simplesmente
Cláudio Mattos
queria fazer versos como quem morre
fortes, avassaladores
sangrentos até
meus versos não são
sou poeta não-poeta
sou poeta vagabundo
que nem seus versos revisa, revê
apenas escreve
escreve o que de sorte há em sua mente
e acaba saindo algo
algo que não sei se é forte
não sei se avalassa
tem sangue
disso sei
queria escrever como quem morre
queria morrer escrevendo
talvez escrever a morte
talvez escrever simplesmente
Cláudio Mattos
Tristes pedras
Cantorias se espalham em corredores
barulhos dispersos
sons dispersos
gente dispersa
Não se percebe o essencial
pedras se suicidando,
se atirando de prédios
sem razão aparente
pedras suicidas
tristes pedras
não tem com quem conversar
tristes pedras
agora lhes resta descansar
Cláudio Mattos
barulhos dispersos
sons dispersos
gente dispersa
Não se percebe o essencial
pedras se suicidando,
se atirando de prédios
sem razão aparente
pedras suicidas
tristes pedras
não tem com quem conversar
tristes pedras
agora lhes resta descansar
Cláudio Mattos
terça-feira, 29 de março de 2011
Mais uma vez...
passo a frente, corredor estreito
alguns me seguem e com medo continuam
assim como eu fazem silêncio
abri-se uma porta e ainda silenciosamente
é possível ver
longe
longe
longe
lá longe uma fresta de luz
ilumina um palco mal iluminado
sem artistas
sem sons
sem cor
escuridão
correria
sobrevivênica
mais becos e corredores estreitos
há saída?
aqui não acho que tenha saída
dessas quatro paredes
não se sai
não
Cláudio Mattos
alguns me seguem e com medo continuam
assim como eu fazem silêncio
abri-se uma porta e ainda silenciosamente
é possível ver
longe
longe
longe
lá longe uma fresta de luz
ilumina um palco mal iluminado
sem artistas
sem sons
sem cor
escuridão
correria
sobrevivênica
mais becos e corredores estreitos
há saída?
aqui não acho que tenha saída
dessas quatro paredes
não se sai
não
Cláudio Mattos
terça-feira, 22 de março de 2011
...
risco, corte, ponto forte
cisco, corre, ponto norte
traço, rastro, pede força
passo, laço, pede chance
cai, levante, anda
cai
sai correndo
não dá mais
rima solta sem poesia
brilho pobre
fantasia
tudo ia, tudo ia
mundo, mundo, vasto mundo
roubo versos
furto vidas
mato ricos
fico pobre
rima merda
rima morta
pedra, pedra
chão se corta
corte
forte
sorte
Cláudio Mattos
cisco, corre, ponto norte
traço, rastro, pede força
passo, laço, pede chance
cai, levante, anda
cai
sai correndo
não dá mais
rima solta sem poesia
brilho pobre
fantasia
tudo ia, tudo ia
mundo, mundo, vasto mundo
roubo versos
furto vidas
mato ricos
fico pobre
rima merda
rima morta
pedra, pedra
chão se corta
corte
forte
sorte
Cláudio Mattos
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