terça-feira, 5 de abril de 2011

Eu queria saber
queria fazer versos como quem morre

fortes, avassaladores
sangrentos até

meus versos não são

sou poeta não-poeta

sou poeta vagabundo
que nem seus versos revisa, revê

apenas escreve
escreve o que de sorte há em sua mente

e acaba saindo algo
algo que não sei se é forte
não sei se avalassa

tem sangue
disso sei


queria escrever como quem morre
queria morrer escrevendo

talvez escrever a morte

talvez escrever simplesmente




Cláudio Mattos

2 comentários:

Lícia Guedes disse...

E a metalinguagem corre solta! :P Um poema forte (será alto também?) como o próprio autor.

Chrys Ferreira disse...

'Queria escrever como quem morre'
Você já o fez sem perceber. Isso é bom, revela o grande escritor que és. Avassalador!

Um júbilo de letras, um oceano de emoção. saber se impactou é dúvida que não se tem, mas saber se emocionou...É, foi mais além!