domingo, 9 de dezembro de 2012

E chega assim

Só digo dele, do último, aquilo que sinto

Me chega como uma tsunami, como uma avalanche e derruba tudo

Sinto aproximar-se, fico nervoso, tenso, sei o que está pra acontecer

Sei e sei mesmo quais são as consequências de sua chegada e o que irá acontecer quando se for

Eu sei


O que sinto é um desespero

Olho pros lados, olho pro relógio...a agonia aumenta

seu tamanho aumenta

sua fúria aumenta, junto a toda a cobrança que carrega consigo e quer

quer porque quer despejar em mim


É o fim.

Sei que depois saberei superar, entendo pelo menos que é mais confortante acreditar nisso

É...Dezembro chegou. Chegou como sempre chega.

Sem dar notícias já chegou e se abuletou em minha casa e nas casas outras por ai

Faz o que quer comigo, nem se preocupa com os sentimentos dos outros

A ressaca que será Janeiro, pobre Janeiro, não tem nada a ver com isso

Mas o que lhe resta? Lhe resta mostrar as feridas que a onda gigante deixou

Tudo fica exposto, tudo que era latente gritou, berrou, bradou, vomitou...

As feridas tem o ano todo pra se curar

Mas dura pouco

Mal se consegue descansar. Se consegue descansar mau...muito mau.




Cláudio Mattos