quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Escrito III

As cordas do meu violão queimam minh'alma
Sangram meus sonhos sonolentos, saudáveis
Quebram e desfazem toda minha face.

As cordas cantam canções feias, arranhadas, suspiros...
Rasgam, estilhaçam, despedaçam meu ser.
Fragmentam minha pele branca e a transforma em sangue vil!


Cláudio Mattos

domingo, 21 de dezembro de 2008

Som, om...

NOTA DO AUTOR: Queridos leitores esse último post pode ser considerado um psicografia. Juro que escrevi, li, e passei direto para aqui. A tempo precisava ter postado, mas não o fiz. Agora que o faço perdoem a displicência de não verificar nenhum tipo de erro, nem de concordância, nem de ortografia. Porém se se houver algum tipo de deslize, sintam-se em casa para me informar. Sei que contarei com o auxilio de meus analisadores oficiais.

Agradecido,
C.H.



Dos sons nascemos,
e morremos os emitindo.
ouvimos-os calmos e bucólicos.
Gritantes e insuportáveis!

Do jeito que vier o som entra em nós
Ele é capaz de penetrar em nosso corpo e
fazer vibrar nossos ossos na busca profunda do nada,
do ciclo, do oposto!

O som invade e não pede licença...
Clama e não chama
Queima mas não sangra
Soa e nunca morre...

O som do seu jeitinho que é não para, por nada
E pra quê parar?
Alguns acham lindo dizer, e eu concordo:
Não haveria música sem as pausas"...O silêncio...

Mas aí vem a grande arapuca:
O não-ouvir tem som,
o insípido tem gosto, e ao fechar os olhos
eu vejo...cores, visões, caminhos entrelaçados
que nunca se cruzam, nem deixam de se cruzar

O silêncio soa sim, e nos faz tão bem quanto o som...
Invade-nos sem como, sem razão.
Invade e ninguém sabe se vai embora.
É um caminho inconsciente
que se desprende da realidade para poder voar.

Arriscar... Apostar no devir, no futuro.
O som faz isso, nos move...
É paixão, é desejo, é contágio...
Não se explica, se sente,
se transparece em sorriso
se faz vivo em tudo e tudo é sagrado......

... tudo é sagrado, não há como, nem porque.
Só há o inconsciente agindo e juntando imagens diversas
sem formar conexão alguma.
Palavras soltas. Lembranças pulando
de um lado pro outro na cachola.

E o som vai lá agitando, fazendo a ação mais ativa
tomando iniciativa e criando sujeitos de não-sei-onde
e os levando para lugar nenhum.
Se há ou houve sentido, pouco interessa.
Afinal o inconsciente já lhe tomou o corpo e a sanidade.
O som invadiu, fez tremer, gemer, roer
vibrar, chacoalhar e balançar o sistema e ele sempre
volta quando menos esperamos

Percebamos a música a partir de qualquer coisa
Ela, tanto quanto o silêncio se mostra em tudo
Basta que tenhamos o coração aberto e puro para ouvir
Procure-a e perceba o que poucos percebem

O SOM, ASSIM COMO O SILÊNCIO, QUE É SOM, MOVE NOSSA ALMA...

...GUIANDO-A!





Cláudio Mattos

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Palavra Solta

Toda palavra merece respeito...
Mais que isso, merece cuidado.
Não podemos simplesmente falar, escrever levianamente,
Tem que existir todo um amor para com o que vai ser dito.
Porque o que for dito subirá aos céus, se fixará nas estrelas e percorrerá todos os planetas...

É preciso falar com amor, e cuidadosamente expressars-se...
Deves ouvir muito bem, ouviu.
Tu interlcutor faça o favor de tornar seu ouvido lugar singelo e doce, para que o mel da palavra permeie por ti e vá se enveredando no seu "eu"...
É preciso cuidado, e dar toda a atenção às palavras como se nunca as tivesse notado...Como se fosse a primeira que tivesse ouvido...

Amem as palavras como os apaixonados amam suas musas, e sintam o aroma doce do nosso vocabulário que com permissão da liberdade será capaz de dizer tudo, e até o tudo que nunca sonhou...
Ah sim...O desconhecido...
A próxima palavra...
...Deixe que ela chegue e venha do nada, e permita que ela siga seu caminho sem destinação.
Que apenas siga sem intenção...sempre...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Passo de Passagem

Por um instante ninguém disse nada...
A Terra toda se calou...
Niguém ousou profeirir nem mesmo a mais silenciosa das interjeições...
Fez-se triste a tarde, e logo a noite se enveredou
As pessoas aos pouco se comunicavam, a beira do rio andavam quase que voando...
Era um passo maneiro e leve sem muitas intenções e explicações.
Apenas seguiam.
Sem saber porque sentiam um certo medo.
Um medo do escuro, do silêncio, das súbitas possíveis surpresas...
As pessoas iam e iam, caminhando sem saber por onde, nem pra onde...
Cada passo que se dava era como uma pluma que cai do céu sem intenção,
que cai e nem mesmo sabemos a quem pertencia...
mas que cai... e assim como o nosso trajeto, como a nossa vida, nosso futuro
...caminhamos...caímos...seguimos...
Alguns de um jeito atrapalhado, outros com mais certeza e precisão
Mas em verdade vos digo todos seguimos e é preciso coragem para não deixar de dar o segundo passo...e assim por diante...